É basicamente isto.

É basicamente isto.

30 de setembro de 2012

Sporting Clube de Portugal.

Passei parte do fds a receber as piadolas do costume sobre o resultado do meu SCP. Respirei fundo. Contei até um milhão. Acalmei os nervos do 2-2 em Alvalade com o Estoril (really???). Ri-me até com o video que circula na Internet e que reza qualquer coisa como "Já não és o Sporting that I used to Know".Percebo tudo isto. Euzinha sou a mais gozona das criaturas quando se trata dos rivais. Adoro moer o juízo aos outros. É um facto. Mas, agora é altura de falar do meu orgulho de Leoa.
É certo que o nosso clube do coração não está a passar um momento bom. Está a passar um momento péssimo, vá. É sabido que os últimos anos não têm sido fáceis para a família Sportinguista. Há quem diga até que nascemos para sofrer. Talvez sim. Como eu já expliquei algumas vezes, eu não sou Sportinguista pelas vitórias, pelos titulos ganhos. Sei que é esse o propósito de um clube profissional, sei pois. Não me esqueci, tenham calma. Mas, por muito que todos gostemos de ganhar e tenha muito mais piada do que sofrer dois golos em casa de um Estoril (really???), a verdade é que sou sportinguista de coração. É qualquer coisa que se sente cá dentro. É amor puro ao clube, às camisolas, ao estádio e por aí fora. Não são as vitórias que me movem. Sou e vou ser sempre Sportinguista, por muitos anos que este momento complicado ainda dure. Conto ter coração para isso. E não entro naquele esquema do "ah, já não vejo futebol", "ah, já não quero saber". Vejo e quero. Sofro em todos os jogos e dou a cara sempre. O meu amor a este clube é inabalável. E é isto que interessa. O resto...são números.

29 de setembro de 2012

E amanhã vai ser assim...

...ainda não sei bem o que me terá possuído para me inscrever, mas estou inscrita.  Não há volta a dar. E não, para aqueles que me conhecem melhor e estão de boca aberta e a pensar que alguém escreveu este post por mim, não. Sou mesmo eu e vou mesmo à Meia Maratona. Rezem por mim. E eu nem católica sou...

Hoje vai ser assim.

E até o Sol veio dar um ar da sua graça para ninguém ter desculpas. Este País é nosso. Não é daquela meia dúzia que veste fatos de corte italiano e se senta em cima dos nossos Euros.
Até já.

28 de setembro de 2012

O mundo pertence aos fortes.

A vida às vezes é tão madrasta, tão cabra, tão filha daquela senhora da vida. Existe até aquela expressão "claro que a vida é difícil, se fosse fácil seria uma...senhora da vida". O mais engraçado, é que quando somos novos, somos uns miúdos, queremos é crescer. Ser adultos, estamos cansados daquela idade, de não ser independentes, queremos responsabilidade, maturidade. E quando lá chegamos, onde é que está o mar de rosas que achamos que iamos encontrar? Está no raio que o parta, pois. Este mundo pertence mesmo aos fortes. Com a quantidade de percalços, dificuldades, partidas que a vida nos nos prega, escolhas mal feitas, armadilhas pelo caminho, só o forte, o rochedo, aquele que se levanta depressa, o inconformado, resiste. O lutador. É preciso estômago, muito estômago.
Fico doida quando oiço expressões como "cada um tem o que merece". Cada um tem o que merece uma merda, desculpem o meu "francês". A vida é a coisinha mais injusta que há. Tem um sentido de humor preverso, macabro. Só isto explica que pessoas que merecem tão pouco, tenham vidas que lhes correm tão de feição, quando tantos que merecem realmente, parecem atrair toda a pouca sorte do mundo. Todo(a)s o(a)s sacanas têm sorte. Pois têm. Os outros, têm que ter estômago e um grande jogo de cintura.

Dito isto ( desabafo feito ) venha daí o fim de semana. E a minha tão merecida sangria de espumante =)


27 de setembro de 2012

Chamem-lhe parva...

...lembram-se da moça com ar angelical, e com um discurso muito "peace and love" que correu o País ( e mais meio mundo) por ter aparecido agarrada/abraçada/qualquer coisa do género, ao senhor agente? E lembram-se da célebre declaração que fez?

"O dinheiro só gera maus sentimentos, só gera ódios.”

Parece que a rapariga decidiu dar uma nova oportunidade ao dinheiro e, desde aí, é entrevistas atrás de entrevistas, sessões fotográficas e afins.

Eu vou à manifestação dia 29/09/2012, e vai ser ver-me posar para fotos ao lado dos senhores agentes....ai vai, vai! Se é disto que este País gosta, e se é assim que se ganha dinheiro, pois que seja.

Porque o Amor é lindo.

Não pareço, mas sou uma lamechas de primeira. E se há notícias que me fazem sorrir e acreditar que o Amor ainda está vivo por aí, é este tipo de notícia:

"Nestes tempos difíceis de austeridade e tensão social, numa altura em que as pessoas andam cada vez mais desconfiadas, há quem encontre tempo e espaço para correr atrás de alguém que mal conhece.

É o caso de um jovem de 24 anos que procura o rosto pelo qual se apaixonou. Tudo aconteceu no dia do grande protesto contra a austeridade, a 15 de setembro."

Isto é ou não é bonito? Se te chamas Diana e conheceste este jovem no dia 15, és Francesa, loira, tens olhos azuis e cabelos pelos ombros, acaba lá com o sofrimento deste rapaz que tanto merece. O moço anda a colar cartazes pela Cidade à tua procura. Já lhe deves até um tinteiro para a impressora.

Aparentemente, Diana terá desafiado o rapaz a encontrá-la até dia 14 (dia em que regressa a Paris), sem lhe dar um contacto, uma morada, uma pista. Maldade? Sim, um bocadinho. Romântico? Sim, muito! Diz ele que, em último caso, vai instalar-se no aeroporto no dia 14 todo o dia e não arreda pé.

"Naquele momento, passou-me a austeridade toda ao lado". Opá, se isto não é lindo, não sei o que será.


26 de setembro de 2012

Pensamentos do dia #2

É mais ou menos isto que vai cá dentro hoje:

- quem inventou a expressão "sono" de beleza sabia o que dizia e eu já devia ter percebido isso;

- abrir a janela do quarto e dar de caras com um céu cinzento, deveria ser sinónimo de ordem para voltar para a cama;

- pessoas deste País que frequentam os transportes públicos : por favor, mas por favor mesmo, tomem um banho matinal! Agradecida...;

- ouvir mais uma vez o "os Aviões" passar na rádio, faz-me ponderar um corte profundo e cirúgico num pulso;

- ouvir mais uma vez o "Perdóname" passar na rádio, faz-me considerar um corte profundo em cada um dos pulsos;

- A quem já pondere o meu presente de Natal, não torço o nariz a uma oferta dos serviços de uma empresa de limpeza ao domícilio;

- o alivio que sinto ao saber que o outro senhor estava a brincar quando disse que devia ser possível abrir as janelas dos aviões, só é comparável ao alívio que sinto quando não duvido que o nosso PM só pode andar a brincar...pândegos, estes moços da política!

Fracos, fraquinhos.

Estou desiludida, leitores. Estou deveras desiludida com aquilo a que assiti ontem e hoje. Então mas caem uma gotas de água, a temperatura desce uns graus, e vai tudo a correr buscar a roupa de Inverno ao baú?? Camisolões, casacões, sapatões? Já? Até galochas eu já vi na rua. E não estavam numa montra, estavam mesmo calçadas nos pés de uma senhora qua aposto que há dois dias atrás usava sandálias! Eu fico com calor só de olhar, a sério que sim. O português até nisto é alarmista. "Ai Jesus, minha Nossa Senhora, Santa Bárbara dos trovões, que se me caiu um pingo na cabeça e eu só tenho 5 kgs de roupa no lombo"!! Caramba. Sobre as mulheres, palpita-me que o motivo por detrás desta corrida à gola alta, é a necessidade de mostrar o quanto antes a nova colecção Outono - Inverno. Quanto aos homens...sinceramente! MAN UP!!


25 de setembro de 2012

Lyrics #2

All I know is that you're so nice
You're the nicest thing I've seen
I wish that we could give it a go
See if we could be something

I wish I was your favourite girl
I wish you thought I was the reason you are in the world
I wish my smile was your favourite kind of smile
I wish the way that I dressed was your favourite kind of style

I wish you couldn't figure me out
But you'd always wanna know what I was about
I wish you'd hold my hand
When I was upset
I wish you'd never forget
The look on my face when we first met

I wish you had a favourite beauty spot
That you loved secretly
'Cause it was on a hidden bit
That nobody else could see
Basically, I wish that you loved me
I wish that you needed me
I wish that you knew when I said two sugars,
Actually I meant three

I wish that without me your heart would break
I wish that without me you'd be spending the rest of your nights awake
I wish that without me you couldn't eat
I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep

Look, all I know is that you're the nicest thing I've ever seen
And I wish that we could see if we could be something
Yeah I wish that we could see if we could be something



Sítios imperdíveis #2

Não gosto de sushi. Perdão, vou rectificar : não gostava de sushi até há uns dias atrás. Ouvia a maioria das pessoas dizer maravilhas, ficava impressionada com a quantidade de vezes que lhes apetecia uma refeição destas, achava que aquilo não era comida para mim, que não tinha substância nem estrutura. Achava que era, pura e simplesmente, a comida que estava na moda e daí a legião de fãs. Não gostava mesmo de Sushi. Provei pela primeira vez há uns anos, por sinal num dos melhores Restaurantes de Lisboa, e não me cativou. Dei-lhe a segunda oportunidade há cerca de um mês e, apesar de nos termos dado melhor do que na primeira vez, a relação parecia irremediavelmente condenada. Até ao dia em que me recomendaram o "Sushic Restaurante Fusão", e deu-se o click! E que click...
Neste momento, posso não só dizer que passei a gostar de Sushi (pelo menos nesta vertente de fusão), como dizer que é uma das melhores descobertas gastronómicas que fiz nos últimos anos. O Restaurante é simplesmente pefeito. Bem decorado (num estilo minimalista), com bom ambiente, com um atendimento 10 estrelas (muito por culpa da simpatia e profissionalismo do gerente, que é incansável), e uma comida que não só é um regalo para os olhos, como é deliciosa! Soberba. Abençoado projecto este! No meu caso, tem ainda a vantagem de estar localizado naquela que chamo de Margem certa do Tejo e ficar, por isso, a um pulinho de casa.
Fiquei fã, fiquei rendida. Vou voltar muitas vezes. E isto sim, é o que chamo de verdadeira conquista feita por um Restaurante à CM. E ser conquistada, às vezes, é muito bom.


24 de setembro de 2012

The blind cook.

Sou fã dos concursos de culinária. Sim, euzinha. Muitos não esperavam por esta, não é? Pois, mas sou! Não adorasse eu comer, não fosse das minhas coisas preferidas nesta vidinha. E fico de boca aberta, roída de inveja do talento daquelas pessoas. A pensar que não é justo que uns tenham tanto jeito, e outros (cof, cof) tenham que treinar uma vida para conseguir fazer um bom rolo de carne ou um básico pudim de ovos. E babo, na maioria das vezes. (Nota mental : não assistir a estes concursos com fome...é fatal!). Acho até que um dos sonhos da minha vida, é fazer parte daquele grupo de jurados. Provar comida divinal, apresentada na perfeição e sem pagar um tostão em troca? Podia ser uma mulher feliz assim, podia!
Este gosto pelo formato destes concursos, chamou-me a atenção para um notícia esta manhã. Então não é que a vencedora do próximo Masterchef USA (peço desculpa por revelar assim o vencedor, mas não resisto) é uma participante cega?? Isto é coisa a não perder. Estou ansiosa por ver esta edição, e ficar, certamente, maravilhada com esta concorrente! Aparentemente, usou utensílios diferentes e mais modernizados, mas isto não lhe retira todo o mérito. Há talentos neste mundo que merecem mesmo que lhes tiremos o chapéu e que lhes façamos a vénia.

23 de setembro de 2012

Should I say goodbye?

Maybe I should, but...

Ando a resistir, estoicamente, a dizer adeus ao Verão e a tudo o que lhe diga respeito. Não estou pronta. Muito menos estou pronta para dizer adeus à paz que o Mar me transmite. E não vou dizer, que fique desde já resgistado. Tem feito parte da minha vida, desde que me lembro de existir, faça chuva, faça sol, seja Verão, seja Inverno. E vai continuar a ser assim. Porque a serenidade e feclicidade que momentos como estes nos transmitem, é impagável. E , felizmente, não tem preço.










22 de setembro de 2012

Selvagens.

Este filme levou-me a uma sala de Cinema ontem. É daqueles que não queria deixar passar. A realização a cargo de Oliver Stone, pesou uns 80% na minha escolha, há que assumir.
Dois amigos, uma namorada e um negócio em comum. Ela a lindissima (gira de morrer, até nós mulheres temos que dar o braço a torcer) Blake Lively, o negócio a Marijuana. A vida é uma festa ( um ménge até!) uma alegria, até ao dia em que um Cartel Mexicano liderado pela Salma Hayek (de quem não gosto particurlarmente,mas cuja pronuncia é deliciosa) decide acabar com a paródia. O resto não conto, uma vez que o filme ainda está em cartaz e recomendo vivamente a quem ainda não viu. Muito bem conseguido, com uma fotografia bastante boa, uma banda sonora muito acima da média e com interpretações que não desiludem.
De pé atrás, ia apenas com a Blake Lively, cujo trabalho conheço mal porque não sou seguidora da "Gossip Girl", série onde se destacou. Pois admito que o pé passou para a frente. A moça não se safa nada mal e tem o ar misterioso que a personagem exige. Muito bem escolhida.

E agora aqui entre nós, será possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo? Amar duas pessoas, com a mesma intensidade e por motivos diferentes?  Soa-me a terreno incerto... e perigoso.

21 de setembro de 2012

Ermelinda Freitas.

Infelizmente, este post não é sobre a qualidade soberba dos vinhos (sou uma grande apreciadora de vinhos embora me faltem, por enquanto, os conhecimentos técnicos na área) desta Casa. Na terça feira, Ermelinda Freitas, com 81 anos, faleceu.
Esta grande senhora, com a ajuda da filha Leonor Freitas, tomou as rédeas da empresa após a morte do marido. O contributo que deu à industria vinicola do nosso País, é incontornável.  Era uma das principais produtoras e engarrafadora em Fernando Pó, freguesia de Marateca, concelho de Palmela.

Em 97, a Casa Ermelinda Freiras iniciou o engarrafamento de parte da sua produção com marca própria. Desde então, ganhou vários prémios com marcas como Terras do Pó, Dona Ermelinda e Quinta da Mimosa. Ganhou ainda o conceituado prémio de melhor tinto do mundo no concurso Vinailes Internacionales com Syrah 2005.

Uma mulher empreenderora e com garra. Que o seu bom trabalho tenha a merecida continuidade.

Happy Thoughts #1


Pensar em coisas boas, atrai coisas boas? Começo a acreditar que sim. E porque este vai ser um fim de semana feliz, posso tentar contagiar-vos? Posso? Posso?




(it´s an order)



(so smile, a lot)




(enjoy the hell out of it)



(it´s cheap)


(and repeat it)


(and good things will come your way)

(get happy lost)



Bom fim de semana a todos os meus leitores. E aos outros também, vá.


20 de setembro de 2012

To be or not to be...single.

"O meu nome é CM, tenho 33 anos, e sou solteira". Esta poderia ser a frase de abertura usada num qualquer grupo de terapia para solteiros que a Sociedade parece querer criar. Poderia seguir com um "não, não padeço de qualquer distúrbio e/ou doença contagiosa".
Passo a explicar o tema escolhido para este post : já não há paciência para quem considera que alguém que permaneça solteiro/a acima de determinada idade, é um desadequado. Um simples comentário maldoso que ouvi hoje, fez acordar, novamente, a minha vontade de mandar a sociedade e as suas ideias pré-concebidas dar uma curva! Não há qualquer obrigatoriedade no casamento, na união de facto, no que quiserem. Quem opta por viver sozinho, por não fazer parte de uma qualquer união considerada normal pela Sociedade, merece todo o respeito. Quem ainda não conheceu alguém capaz de o fazer acreditar que faz sentido partilhar a sua vida, o seu dia a dia, idem. Os olhares de soslaio, as criticas encapuçadas, os sentimento de quase pena em relação aos solteiros,não são aceitáveis e chegam a ser ofensivos, diga-se.
Conheço algumas uniões e alguns casamentos de louvar. Que dão gosto. Que fazem todo o sentido. E ainda bem, é bonito de se ver. Além disso, é uma forma de estar na vida, uma opção que respeito. Por outro lado, conheço algumas que já morreram há tanto tempo, que já fedem. Que se mantém por hábito, por receio, por necessidade económica, porque há filhos, por tantas razões erradas que estaria aqui toda a noite a escrever.
Considero o acto de contrair matrimónio, um acto de coragem, cada vez mais (a taxa de divórcios fala por si , escuso de explicar o óbvio). Deve ser preciso coragem para decidir deixar alguém entrar na nossa vida dessa forma, com essa imensidão, com uma presença constante. E aplaudo de pé aqueles que tomam a decisão de forma consciente e que vivem felizes com ela. A sério que sim. O que eu não aceito é que não se respeite a forma de viver de quem não segue o mesmo caminho. Ou que se considere que "há qualquer coisa errada ali". Não há. A única coisa errada são as mentalidades tacanhas de quem acha que o que é bom para si, é bom para os outros e não consegue conceber outra forma de viver. Existem depois as pessoas que gostam de nós e que acreditam que ficariamos mais completos se encontrassemos a mitica figura da "cara-metade". Que torcem por isso. Estes são todos bem-vindos. Vindo destes é uma demonstração de carinho. Aos outros, aqueles que acham que é alguma espécie de deficiência, deixo um pequeno "recado" : evoluam. Respeitem. E não tenham medo, somos assim, mas não fazemos mal a ninguém. Tomamos a nossa medicação para o efeito.

Pensamentos do dia #1

E dentro desta cabeça, hoje, atravessam-se coisas tais como:

- se pudesse pedir um desejo para todo o sempre, pediria para poder dormir sempre 10h por noite. Independentemente da hora a que me deito;

- o primeiro pensamento, conduz-me ao segundo : tenho mesmo, mas MESMO que me deitar mais cedo;

-hoje o meu coração (como dizia o outro) só tem uma cor : verde e branco!;

- estou farta de ouvir falar da polémica à volta das mamas (não há volta a dar e é preciso tratar as coisas pelos nomes), da Princesa Kate;

- com o preço dos Divórcios a aumentar e com tudo o resto que já se sabe, qualquer dia as pessoas têm que aturar-se até conseguir poupar um dinheirinho para o dito;

- Passos pensou em demitir-se? Dúvido. É um pensamento demasiado profundo e acertado para sair daquela cabeça;

- deixo para o final o melhor pensamento do dia. É este o espirito. A partir de ...já:





19 de setembro de 2012

Lyrics # 1

This time, This place
Misused, Mistakes
Too long, Too late
Who was I to make you wait
Just one chance
Just one breath
Just in case there's just one left
'Cause you know,
you know, you know

That I love you
I have loved you all along
And I miss you
Been far away for far too long
I keep dreaming you'll be with me
and you'll never go
Stop breathing if
I don't see you anymore

On my knees, I'll ask
Last chance for one last dance
'Cause with you, I'd withstand
All of hell to hold your hand
I'd give it all
I'd give for us
Give anything but I won't give up
'Cause you know,
you know, you know

So far away
Been far away for far too long
So far away
Been far away for far too long
But you know, you know, you know

I wanted
I wanted you to stay
'Cause I needed
I need to hear you say
That I love you
I have loved you all along
And I forgive you
For being away for far too long
So keep breathing
'Cause I'm not leaving you anymore
Believe it
Hold on to me and, never let me go
Keep breathing
'Cause I'm not leaving you anymore
Believe it
Hold on to me and, never let me go
Keep breathing
Hold on to me and, never let me go
Keep breathing
Hold on to me and, never let me go

As leis de Murphy.

Sempre fui uma admiradora das Leis de Murphy, pela ironia que as caracterizam. E por serem, em toda a linha, tão acertadas. Hoje, a caminho do trabalho, depois de ter adormecido ligeiramente (o que para quem coloca o despertador a tocar no limite do suficiente para não se atrasar, é fatal), lembrei-me novamente que elas existem. Sim, porque todos nós sabemos que quando já estamos atrasados, o universo trata de arranjar forma de nos atrasarmos mais ainda. O trânsito triplica, o carro anda menos, o comboio chega mais cedo, a pessoa à nossa frente anda à velocidade que nos deslocariamos para ir para a forca, o salto prende-se na calçada vezes sem conta, as chaves caem, sujamo-nos no segundo antes de sair a porta de casa, o elevador não chega, e por aí fora.

Tenho as minhas leis de Murphy preferidas, aquelas que posso dizer que mais presentes estão na minha vida. A saber :

-Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos;
(comigo não falha. Sempre, mas sempre)

-Acontecimentos infelizes ocorrem sempre em série;
(outra versão do "não há duas sem três")

-Se tens alguma coisa há muito tempo e atirares fora, vais precisar dela imediatamente;
( a factura do secador de cabelo, é um bom exemplo)

-Qualquer esforço para agarrar um objeto em queda provocará mais
destruição do que se deixar o objeto cair naturalmente;
(um clássico)

-A fila do lado anda sempre mais depressa;
(seja a de trânsito, seja a do supermercado)

-o que procuramos vai estar sempre no último lugar onde procuramos;
(mesmo numa casa pequena)

-A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo, é proporcional ao valor do tapete;
(por isso é que o meu tapete é do IKEA)

- Se parece muito bom para ser verdade, provavelmente é.
(quando a esmola é muita, aqui a pobre desconfia)




CM




18 de setembro de 2012

Ninguém se zanga por desamor.

Esta afirmação do MEC é tão verdade. Verdadinha. Acredito que quem se zanga, quem se revolta, quem contesta, quem exige mais, quem não se acomoda, ama à séria. Ninguém se zanga sem amor. Sem amor, deixamos andar, queremos lá saber se vai para a direita ou para a esquerda. É um estado qualquer e total de apatia. Também acredito que há amores que não têm necessidade de zangas. Já é tudo perfeito, dentro da perfeição que se pode atingir. Mas que quem se zanga ama, lá isso vai ser sempre verdade.
Fica o texto completo do Autor:


"Raios partam os dias zangados. Nada há que se possa fazer para fugir deles. Esperam por nós, como credores ajudados por juros injustificáveis, para nos cortarem a fatia do nosso coração que lhes cabe.

Não são como os dias tristes, que não conseguem habituar-se a uma realidade qualquer, que se revelou, sem querer, desiludindo-nos de uma ilusão que nós próprios inventámos, para mais facilmente podermos acreditar, falsamente, nela. Mas assemelham-se para mais bem nos poderem magoar. Depois. Quase ao mesmo tempo. Bem.

Quem não tem um dia zangado, em que ninguém ou nada corresponde ao que esperávamos? A felicidade é a excepção e o engano. Resulta mais de um esquecimento do que de uma lembrança.
Pouco há de certo neste mundo. São muitos os pobres, mas não são poucos os ricos. As pessoas do sexo masculino não se entendem nem com as pessoas do sexo masculino, nem com as do sexo feminino. As pessoas, sejam de que sexo e sexualidade forem, compreendem-se mal. Dão-se mal, por muito bem que se dêem. As mais apaixonadas umas pelas outras são as que menos bem aceitam as diferenças, as incompreensões, os dias zangados e as noites zangadas que apenas servem para nos relembrar que todos nós nascemos e morremos sozinhos. E que viver é um enorme entretanto, de que devemos tirar partido, sobretudo quando há a sorte de amar e ser amado ou amada.
Os dias zangados são dias de amor. Ninguém se zanga por desamor. O amor sobrevive e continua, como vingança."

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (23 Dez 2011)'

CM

Addicted to Revenge

Muitos devem já conhecer este nome. Para quem não conhece, é uma das novas séries que tivemos a sorte de ver chegar a Portugal.. E para quem gosta de séries, como eu, esta é daquelas que vos vai viciar e deixar na expectativa até ao próximo episódio.
A história é simples : Emily Thorne (que na verdade se chama Amanda Clarke) regressa aos Hamptons, local onde passou a infância com o seu Pai, para vingar a pena de prisão perpétua à qual este foi condenado por ter sido incriminado pelos vizinhos/amigos. Emily recebe, anos mais tarde, uma caixa que contém todos os pormenores/provas sobre a inocência do Pai e decide acabar, uma a uma, com a vida de cada um dos envolvidos.
Ao segundo episódio, já é bom de ver que a série promete. Destaco a boa interpretação de Emily Vancamp no papel de Emily Thorne, mas destaco, sobretudo, a magnifica interpretação de Madeline Stowe no papel de Victoria Grayson, a má da fita. E agora entre nós, palpite meu que pode estar completamente errado, a má da fita nesta série não será afinal assim tão a má da fita. Veremos.

Terças Feiras, na fox life, às 21:25. A não perder.


CM

17 de setembro de 2012

O mundo é um lugar estranho # 4

A modos que consegui chorar a rir (ou dos nervos que esta gente me faz, sei lá) com a desfile de figurinos que entraram para o concurso mais famoso do País. É certo que frases como :

- Ganhei o concurso de melhor rabo em 2008;

- um dos meus pontos fortes são os meus mamilos;

- tenho um doutoramento em amigas coloridas;

- estou disposta a fazer tudo para ganhar...mas mesmo tudo, percebem?? (amiga, nem precisavas de abrir a matraca para percebemos);

-o que mais gosto de fazer na vida é ir comprar a roupa para sair à noite;

-chamam-me "trombinha" porque tenho uma parte do corpo muito avantajada;

- o meu sonho é ir estar numa suite com vista para Central Park a beber champagne e a comer morangos, com um homem rico;

-sou parecida com a Eva Longoria (cara de uma, cu da outra);

me fizeram gargalhar alto e bom som, com lágrimas à mistura e tudo. Mas senhores directores de programação que possam estar a ler isto, já disse e volto a dizer : quero boas séries, bons filmes, documentários na TV. Não quero novelas nem putedo a pavonear-se. Vocês sao os responsáveis pela conta que pago mensalmente de TV Cabo. Sim, responsáveis. Qualquer pessoa sã e equilibrada, corta os pulsos se tiver que assistir ao que vocês transmitem. E a conta da TV Cabo é alta, caramba. E o Passos não quer que a malta tenha qualquer tipo de luxo. Portanto, das duas uma : ou mudam a grelha de programação, ou eu passo a enviar-vos a conta mensal sob pena de não fazer a vontade ao Amigo Passos.

Já agora, que gente é esta? E esta gente anda na rua no meio de todos nós? Cruzamo-nos por aí? Eu bem digo que os piores malucos são os que andam cá fora.


CM

A manifestação e o mea culpa.

No Sábado não fui à manifestação. Tinha prometido a mim mesma que desta feita não havia nada que me impedisse de ir, mas levantaram-se valores mais altos (por incrível que pareça) que me fizeram fugir de Lisboa como o diabo da cruz, e refugiar-me longe.
Ao ver as imagens em directo, senti, como só senti em raras ocasiões, um orgulho imenso no Povo Português. Finalmente unido, finalmente erguido, finalmente a lutar da forma possível. Faço parte do grupo de pessoas que não sabe se estas manifestações nos ajudarão a mudar as mentalidades de quem nos (des)governa. Mas uma coisa é certa : não é com os rabos sentados nos sofás, que vamos conseguir alterar o que quer que seja.
E se é verdade que a maioria dos manifestantes se encontram já numa situação desesperada, a viver no limiar da miséria, também não deixa de ser verdade que muitos declararam que, apesar de ainda estar numa posição acima da mera sobrevivência, estavam ali por todos e por solidariedade com quem já não tem onde cortar nem com o que contribuir. E isto é bonito. Isto é união.
Pergunto-me o que terá sentido o nosso Governo no sábado? Querendo eu acreditar que é impossível alguém ficar indiferente a uma mensagem como a que foi enviada. Ou será? O povo está farto, para lá do limite. E um povo que está para lá do limite, é coisa a temer em qualquer parte do mundo.
Pelos vistos, o melhor é não prometer a 100% a minha presença na próxima, mas fica prometido o esforço por estar presente, independentemente de outras crises.

CM

16 de setembro de 2012

♥♥

Não tenho andado propriamente com a melhor disposição do mundo. Tenho suspirado e praguejado mais nos últimos tempos, do que talvez em todas as primaveras que já completei. Mas há coisas que nos enchem o coração. A minha "Mana" fez anos hoje. E a minha "Mana" é daquelas pessoas que tem o dom de alegrar e unir todos à volta dela. Emite boas vibrações, respira felicidade e isso contagia. Estou longe de ter uma família perfeita (dentro daquela perfeição que se pode esperar de qualquer família, claro), mas em dias como o de hoje, em que estão todos reunidos, parece-me que sim. Parece-me que faz todo o sentido.
A perfeição desta família foi atingida há quase 5 meses já. A pequena "Mary" (que é só a sobrinha mais fofa do universo) rasga-nos os sorrisos, deixa-nos de rendidos, faz-nos esquecer o que nos entristece. Conquista-nos completamente. Tão pequena, e com um poder tão grande! Impressionante.
Este foi um grande dia. Obrigada "Mana" por tornares as nossas vidas tão melhores, mesmo na loucura que muitas vezes são. Obrigada por manteres a serenidade que te é tão típica, mesmo quando todos os outros já a perderam. Da minha parte, então, obrigada por tanta e tanta coisa.

CM

15 de setembro de 2012

Setembro, vai-te...Lixar, ok?

E pronto, para mim está bom. Já chega. Setembro já deixou bem claro que está disposto a infernizar a minha vida. Venha Outubro, mas venha já , se possível. Tem sido uma má notícia atrás de outra e, a continuar assim, este vai mesmo ser o pior mês do ano ( e com esta devo ter desafiado os deuses, que neste momento largam gargalhadas à minha custa enquanto dizem "se pensas que não pode ser pior, estás muito enganada minha menina!!"). Faço apenas uma ressalva a tudo isto : o mês pode acabar no Domingo. A minha Mana faz anos e esta é a única coisa boa de Setembro.

CM

14 de setembro de 2012

A vulgaridade no feminino.

Este dia tinha que chegar, mais cedo ou mais tarde. Isto anda aqui "entalado" na garganta há muito tempo. E agora vamos ter "a burra nas couves" e o caldo entornado, porque "vamos" ferir susceptibilidades.
Após análise atenta ao comportamento de tantas e tantas mulheres nas saídas à noite e nas páginas das redes sociais, eu tenho uma pergunta a colocar : de onde é que surgiu tanta vulgaridade nos últimos anos? Sim, vulgaridade. E pior. Na maioria dos casos, as mulheres que se apresentam de forma vulgar, acham-se muito bem vestidas, elegantes, chiques. Pois, novidades para todas vocês : não estão. Nunca vão ser mulheres elegantes enquanto se comportarem como se estivessem num concurso para ver quem consegue usar o decote mais XXL e a saia (ou os calções) mais XXS. A única coisa que conseguem com isto, é ter um ar vulgar. E não, não se trata de despeito ou inveja porque é fácil ser vulgar. Qualquer uma de nós consegue andar meia despida na rua. E também não, não é uma questão de gosto. Não me venham com essa. Uma coisa é ter mau gosto ou um gosto discutível (quero lá eu saber se alguém acha que o amarelo vai bem com o lilás. Haverá também quem diga, certamente, que há dias que parece que me vesti às escuras, mas para isso estou-me nas tintas), outra coisa é a vulgaridade. Que não é nada apelativa, diga-se. Felizmente, mas felizmente mesmo, ainda há muitas Mulheres que não perderam a noção do ridículo e que sabem que ser vulgar não é uma qualidade. Que sabem estar. Abençoadas! Não se percam.
Uma mulher elegante, com classe, não precisa de chamar a atenção desta forma. Não precisa de mostrar uma quantidade absurda de pele cada vez que coloca uma fotografia numa página de rede social, ou cada vez que vai a uma discoteca beber um copo ou dançar. Confesso que me faz muito mais "comichão" a vulgaridade feminina do que a masculina. Deve ter qualquer coisa a ver com o orgulho que tenho em ser Mulher.
E não, não me parece que esteja a ser antiquada ou quadrada. O meu paizinho, que é das pessoas mais antiquadas que conheço, tem uma expressão que aplicaria vezes sem conta se andasse pelas redes sociais ou frequentasse discotecas e bares : "Que desconsolo!". E eu, desta vez, concordaria com ele.
Homens, digam-me, por favor, que concordam com o que escrevi. Ajudem-me a restabelecer a fé na humanidade.


13 de setembro de 2012

Dói-me a alma.

É que me dói mesmo. É que já nem me dá para rir com os nervos. Uma pessoa faz um esforço para não pensar nas notícias que chegam todos os dias em catadupa, mas PORRA! É impossível.
Desde a passada e fatídica sexta feira que ando a fazer contas. E eu nem sou pessoa de gostar de Matemática. Ando a fazer contas para perceber como é que vou gerir o meu orçamento mensal a partir de Janeiro ( a não ser que esta loucura anunciada seja um pesadelo do qual vamos todos acordar). Sendo certo que há despesas incontornáveis (casa, água, luz,gás,condomínio,supermercado,etc), tenho andado a pensar nas restantes. E chego à conclusão que (eu e a grande maioria dos portugueses), pouco ou nada poderei fazer que vá para além de pagar despesas. Viver, viver mesmo, vai ser cada vez mais raro. Dir-me-ão que há pessoas que já nem o essencial têm. Eu sei. Há vidas piores. Desesperantes mesmo. Mas isso não impede que me custe. Custa-me ter estruturado a minha vida com base no meu ordenado e naquele que achava que era o meu orçamento, e ver o tapete a ser-me puxado desta forma. Custa-me, por exemplo, engolir um "ai pensaste que esse era o teu ordenado e foste comprar uma casa, sua esbanjadora?? Pois agora, toma lá! Safa-te lá desta".
Citando um amigo, acho deviamos, pura e simplesmente, entregar o ordenado todo ao Estado. Sim, entregar todinho. E lançar o desafio : "Aqui o tens. Agora, paga lá todas as minhas contas e depois podes ficar com o que sobrar. Faz lá essa gestão. Humm?? Não sobrou nada? Então é precisamente com isso que podes ficar. Agora não me f**** mais com esta conversa!".

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar



O mundo é um lugar estranho #3

Ia eu a cair de sono na minha viagem matinal de comboio, de Jornal na mão a tentar não fechar os olhos e aguentar a agonia com páginas e páginas sobre a austeridade e milhentas más notícias, quando abri a pestana que foi um instante!

Atentem, mas atentem bem. Eu tive que ler duas vezes a notícia e esfregar os olhos outras quatro:

"Castelo Branco quer ser o Presidente de Sintra"

(dou-vos uns minutos para interiorizar a notícia e de seguida, apresento-vos as declarações do candidato)

"Já tenho as 5 mil assinaturas e vou ser o próximo presidente"..."vou transformar o sítio num ponto turístico da moda, uma coisa muito chique, e vou acabar com as injustiças sociais"..."prometo uma postura muito interventiva" (desta não duvidamos...mas é preciso que as pessoas subscrevam aqueles canais para adultos, para poderem testemunhar a postura interventiva...).

Depois disto, o que é que se seguirá?? Tenho estado a tentar imaginar qualquer coisa que possa ser pior ou equivalente, mas não me ocorre nada...Camarinha concorre à Presidência da República??

Ao povo de Sintra, a minha simpatia neste momento difícil.


CM


12 de setembro de 2012

Tenham medo, tenham muito medo.

Começa hoje o MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. Para quem não sabe, esta moça aqui é uma grande fã de filmes de terror. Vejo quase todos que chegam às nossas salas de Cinema. Não gosto de todos, saio muitas vezes da sala a pensar "se isto é um filme de terror, vou ali ouvir as notícias sobre a crise a ver se me assusto a sério!". Mas tento ver todos os possíveis, porque não há nada como um bom filme de terror para nos prender à cadeira e cortar a respiração. Neste momento, aguardo com alguma ansiedade o meu guilty pleasure nesta matéria : o próximo "Actividade Paranormal" - que não aconselho aos mais sensíveis e com dificuldades em adormecer após um filme de terror...eu própria, após ver o primeiro desta "saga", passei boa parte da noite à espera que alguma alma possuída aparecesse à minha porta.

Dito isto, digo também que, com muita pena, e tendo em conta as datas do festival, não vou conseguir assistir a um único filme do cartaz, o que me tem "aterrorizado". Fãs de filmes de terror que estejam a ler-me, aproveitem. O festival está aí.

CM

Caveman.Imperdível.

Munida de bilhete para o efeito, rumei ao Teatro do Bairro para assistir a esta peça simplesmente hilariante. E brilhantemente interpretada, desta vez, pelo Manuel Marques. Actor que dispensa apresentações e de reconhecido talento. A veia humaristica que revelou mais uma vez nesta peça, é admirável. E a peça não é simples de interpretar, digo eu. Cerca de hora e meia de texto bem decorado, bem interpretado e sem falhas, é obra.

O tema pode não ser original, mas não deixa ninguém indiferente : a eterna "guerra dos sexos". O porquê de ser tão complicado o entendimento entre homens e mulheres. As falhas de comunicação e as dicussões que podem derivar de simples pontos de vista diferentes. Reza a peça, que a explicação já vem "lá de trás". Dos tempos em que os homens tinham como tarefa "caçar" e as mulheres "colher". Isto explica, entre outras coisas, o porquê do homem só conseguir fazer uma coisa de cada vez (com concentração absoluta num só objectivo) e a mulher conseguir fazer várias e ainda prestar atenção aos mais diversos pormenores. O lugar que cada um "cresceu" a ocupar na Sociedade, conduziu à maioria das diferenças.

São abordadas as mais diversas situações : uma viagem de carro, uma visita a casais amigos, uma ida às compras, um dia de limpezas em casa, entre outras. Tudo com uma dose de humor iressistível. Confesso que foi bonito ver as trocas de olhares e gargalhadas cúmplices entre os casais que estavam a assitir à peça. Aposto que muitos se perguntavam o porquê de discutirem, afinal, certas coisas tão pequenas até à exaustão.
Contas feitas, homens e mulheres não são assim tão diferentes. Têm apenas formas de comunicar distintas. E às vezes basta isso para que possam ser mal interpretados. Uma coisa é certa : entender estas diferenças e aceitá-las, exige uma enorme dose de paciência. Mas não só é possível, como é bonito!

Deixo-vos alguns excertos da peça, bem mais engraçados quando ditos na voz do Manuel Marques, portanto, façam esse esforço de imaginação:

"Saem com a vossa namorada e esquecem-se de lhe fazer um elogio? É que está tudo tramado, mas vale irem para casa!!" - explicação : os homens quando se encontram, não se enchem de elgoios mútuos, nem sequer lhes ficaria bem fazê-lo. As mulheres quando se encontram, comentam a roupa, o cabelo, elogiam-se. Esperam, por isso, que os homens façam o mesmo com elas.

"As mulheres reúnem-se, ensaiam" - explicação : quando as mulheres se juntam, falam de tudo. Esmiuçam todos os assuntos. Quando os homens se encontram, são capazes de passar uma tarde, uma noite, um dia em silêncio absoluto ou quase. As mulheres colhem muito mais informação, estão muito mais "treinadas" para ter conversas. Não entendem que, na maioria dos casos, os homens não tenham falado de coisa alguma entre eles. A Pesca, por exemplo. Foi inventada com o mais primitivo dos propósitos : estão simplesmente sentados, sem ser preciso conversar.

"Nós homens temos que desligar o rádio quando nos perdemos. É um facto!" - explicação : lá está. Os homens só conseguem fazer uma coisa de cada vez. A mulher pensa : qual é a dificuldade? Uma mulher encontra o caminho com o rádio ligado, a limar as unhas e ainda a cantatolar pelo meio. As mulheres conseguem falar e ler ao mesmo tempo. Já os homens têm que colocar o dedo na frase que estavam a ler para não se perderem.

"As mulheres têm um cérebro fantástico" - esta não exige explicação. É assim. Ponto.

"Se pensasse com a cabeça de uma mulher, explodia" - explicação : as mulheres pensam em milhentas coisas ao mesmo tempo. Querem saber tudo sobre tudo. E aquilo que não sabem, imaginam. Imaginam que seja assim ou que possa ser assado. Inconcebível, na cabeça de um homem.

"Os homens dizem, em média, 2000 palavras por dia. As mulheres dizem...7000"- É por este motivo que quando uma mulher pergunta a um homem "então mas vocês falaram de quê?" e o homem responde "de nada", a mulher pensa que o homem está a esconder alguma coisa. Mas não está. A mulher quer detalhes e ele não tem detalhes para partilhar. Inconcebível, na cabeça de uma mulher.
É também por este motivo que quando uma mulher chega a casa e quer falar, mas o homem diz que não tem nada para dizer , a mulher pensa que qualquer coisa está errada. Mas não está. Ele só esgotou já as 2000 palavras diárias. Não tem mais.

"Pergunta simples : o nosso companheiro/a está às portas da morte e é preciso roubar o remédio que o pode salvar. Roubarias? O homem responde imediatamente que sim. A mulher responde que não. Porquê? Porque pode ir à farmácia tentar explicar a situação. Porque pode haver um seguro de saúde. Porque pode aparecer outro remédio, etc. Mas porra! A Pergunta não era essa" -mais uma vez, o homem vai directo ao objectivo. A mulher quer reunir informação.

"As mulheres deixam-nos ficar com o sotão, a garagem e a cave" - nada a opôr a esta.

"E no inverno aqueles pés?? Há qualquer coisa errada com os pés das mulheres!!" - defeito assumido. Pés sempre gelados no Inverno. Somos assim, mas...somos adoráveis.




CM

11 de setembro de 2012

11/09/2012

Julgo que nunca mais será possível passar o dia 11 de Setembro sem falar da maior tragédia dos tempos modernos. Não há ano (nem vai haver) em que não seja a primeira coisa que nos vem à memória, em que os canais televisivos não repitam imagens de terror vividas há 11 anos. Por cá, estamos longe, vivemos à distância aquela agonia. Não consigo sequer imaginar o que passaram aquelas pessoas, as suas famílias e, em última análise, os moradores de Nova Iorque. Este é um dia de luto, vai ser sempre.

Coincidência ou não, alinhamento dos astros ou não, ultimamente o 11 de Setembro, pessoalmente, não me traz boas recordações. Nada que se assemelhe a uma tragédia, felizmente. Mas que não traz, não traz. Hoje, por motivos que ultrapassam em muito o âmbito deste blog, é um dia difícil para mim. Talvez o mais difícil dos últimos tempos e, provavelmente, o primeiro de muitos.

Como se o dia pudesse ser ainda mais negro, ainda vamos ter uma declaração do Vitor Gaspar. E é impossível não ter receio que isso signifique mais más notícias. E se há coisa de que não preciso é disso. Nem eu, nem a maioria dos Portugueses que ainda não recuperaram da paulada na cabeça que levaram na sexta feira. E mais uma vez, é feita uma declaração em dia de jogo da Selecção. Em bom! Tudo em bom!

Posso fazer um resumo deste post? Quero que este dia chegue ao fim. Rápido. Para ontem, sff.


CM

9 de setembro de 2012

Avante Camaradas!

Pois que este ano se deu o insólito e...voltei a dar uma oportunidade à Festa do Avante. Desafiada por duas amigas, e com o aliciante do bilhete para três dias ter um preço bastante razoável, lá fui eu, a "medo" ver como param as coisas na Quinta da Atalaia nos "tempos modernos". Sim, a última vez que meti pés no Avante, ainda as Twin Towers estavam de pé, ainda eu não tinha uma ruga na cara, ainda a austeridade era coisa que não assustava ninguém.
Balanço final da festa (diz o slogan que não há festa igual a esta) muito positivo. Ambiente sempre animado, música para dar e vender e para todos (mas mesmo todos) os gostos, comida que não acaba mais, zona internacional, feira do livro, feira de CDS e tudo o mais. Confesso que a imagem que tinha da Festa do Avante era completamente diferente. Não me recordo de uma variedade tão grande de actividades, nem de uma organização tão boa. Estão de parabéns. Ainda tive a sorte de ouvir o meu adorado Jorge Palma. Que menos "perdido" do que é costume, mas que, ainda assim, conseguiu chamar ao palco o Tiago Branco ao invés do Tiago Bettencourt. Conseguiu também anunciar todos os nomes que compõem a sua banda, sem que eu percebesse um só! És o maior Jorge!

Mas não, eu não vou/fui ao Avante pela cor partidária nem pelos ideais. A nível político cheguei, como a maioria julgo eu, à fase em que não tenho dúvidas que a "merda é toda a mesma" e a diferença é só até ao momento em que ganham as tão desejadas eleições. Aí começam os discursos em tudo iguais e o puxar de brasa à sua própria sardinha.
E este regresso ao Avante, coincidiu com a pouca vergonha de declaração que o PM fez ao País. Esperava más notícias, mas não esperava um apocalipse como o anunciado. Para muitos portugueses, terá sido o deixar de conseguir pagar a prestação da casa ou as compras mensais. Para muitos, terá sido o suficiente para passar da já sobrevivência, para a pobreza. Ainda não compreendi em que é que a nossa economia vai ser estimulada com um poder de compra quase nulo, ou porque é que quem ganha verdadeiros ordenados de sonho País fora vai contribuir da mesma forma do que alguém com o ordenado minímo ou pouco mais, mas devo ser eu que sou de compreensão lenta.
Dito isto, não ouvi hoje os dircursos do Avante, mas posso imaginar. Posso também calcular o reboliço que terá sido hoje aquela Quinta da Atalaia. O povo está farto, fartinho.

PS- o momento de todas as noites na Quinta da Atalaia é este :

CM

7 de setembro de 2012

Tic, tac...tic, tac..

O stock de Xanax das farmácias vai esgotar esta tarde. O de lenços de papel também. O nosso querido PM vai anunciar novas (se é que não é mais do mesmo) medidas de austeridade às 19:15.
Portanto, ao invés de aproveitar o final de semana, vamos passá-lo a fazer contas à vida, de máquina calculadora em punho. Bonito. Não sei se quero ouvir em directo. A televisão não tem culpa, gosto dela, e ter que comprar outra agora é coisa que não condiz com a austeridade.

We truly are...

CM

HIMYM

Já devia há muito ter escrito umas linhas sobre esta série. É só a melhor série que já tive a sorte de ver. Sou uma enorme fã do Seinfeld, mas o “How I Met Your Mother”, conseguiu arrebatar o primeiro lugar do meu coração. Vai na 7ª temporada e está praticamente a começar a 8ª. Não quero sequer imaginar o fim desta série. Vai ser um dia triste. Vai deixar um espaço difícil de ocupar nas minhas horas de ócio.
Para quem não conhece (200 flexões, já), temos um narrador de serviço, o Ted, que conta aos dois (pacientes) filhos, a história (detalhadíssima) da sua vida até ao dia em que conheceu a mãe deles. De forma deliciosamente divertida. É imperdível. A quem não viu um único episódio (150 abdominais, agora) e a quem não a segue religiosamente (100, vá, mais 100 flexões), eu tenho uma só coisa a dizer : emendem essa falha. Não se arrependem.
Deixo-vos as características essenciais das personagens que tão bem compõem o elenco:

Ted – é o eterno romântico. Passou metade da sua vida à procura da mulher perfeita do compromisso ideal, do Amor para a vida. O insatisfeito. Inseguro, também. Costumo dizer que o Ted é a “mulher” da história. Vejam e digam-se se não tenho razão.

Marshall – é o namorado/marido que todas as mulheres idealizam. Atencioso, romântico, com sentido de humor, inteligente e fiel.

Lilly – a namorada/mulher do Marshall. É tudo o que o Marshall é, mas no feminino. Formam o casal perfeito. Daqueles que duvidamos que existam, mas queremos acreditar que sim.

Robin – a minha personagem favorita.  Apregoa ao mundo inteiro que não quer compromissos. Que tem alergia a bebés. Que está sempre bem. Que não há nada que um whiskey não resolva. É a capa que a protege. No fundo, não é nada disto. O que talvez explique porque é que simpatizo tanto com a Robin...


Barney – O Barney? É a alma da série. É meia série, só ele, sozinho.É simplesmente indescritível. Mas vou tentar : é um mulherengo que faz listas de todas as mulheres que já teve ; que as pontua; que vive num apartamento pensado para todo o tipo de engate e à prova de qualquer relação duradoura; faz truques de magia; só veste fatos; ninguém sabe que emprego tem, mas nada em dinheiro; é machista que só ele. É uma verdadeira “personagem”, lá está. As expressões “True Story” e “Legend, wait for it, dary!”, são a sua imagem de marca.

Abençoados Carter Bays e Craig Thomas. Os realizadores.
PS- a propósito, o último episódio da 7.ª temporada, deixou-me em pulgas! Não vou falar dele, para não estragar a série a quem queira começar a segui-la, mas é para mim o episódio mais surpreendente até hoje. 
CM

6 de setembro de 2012

E Portugal parou.

Quer parecer-me que o povo português está a ensandecer. A frase "Estou triste...", proferida pelo orgulho nacional que é o CR7, tem sido esmiuçada até aos limites da imaginação. Não se fala de outra coisa. Consegui rir no primeiro e segundo dia, com algumas das piadas avançadas (algumas mesmo muito engraçadas!), mas agora já estou para lá de enjoada. Uma semana inteira a falar sobre o assunto? And counting? Pronto, o homem está triste, deixá-lo estar. O homem ganha milhões, tem uma vida de rei, mas pode estar triste. E mais, pode estar triste sem que isso seja notícia. Aliás, não é notícia. Notícia são os golos geniais, as jogadas de mestre, as alegrias que vai dando aos adeptos de Futebol. CR7 estar triste, não é noticia, repito. Já chega. Já podemos todos seguir com as nossas vidas. E também já chega, digo eu, de dizer que o homem não pode estar triste porque ganha rios de dinheiro e tem a vida com que tanta gente sonha. O homem continua a ser uma pessoa. Uma pessoa rica, mas uma pessoa.

PS- a foto em tronco nu é pura coincidência. Foi a primeira que me apareceu...

CM

Vamos la ver se nos entendemos…

já tive esta “discussão” para cima de dezenas de vezes, e ninguém se entende. Mas porque é que tenho que agradecer quando me deixam passar numa passadeira? Hum? Agradecer o quê? “Obrigada, senhor automobilista, por ter cumprido a Lei e não me ter morto por atropelamento numa passadeira!”. É isto? Também devo agradecer ao condutor que pára num STOP ou sinal encarnado, ao invés de se mandar para cima do meu carro? Isto deve ser o mesmo tipo de lógica de quem bate palmas na aterragem do Avião. Porquê, mas porquê minha gente? “Obrigada, senhor piloto, por nos ter trazido ao destino sem nos estampar contra qualquer coisa! Pagámos para isso, é a sua profissão, mas cá vai uma salva de palmas, não vá restarem dúvidas”. Isto é coisa para me deixar intrigada. Eu não vejo ninguém a bater palmas ao motorista do autocarro. Ao taxista. A mim própria! Sim, quando alguém faz viagem segura comigo ao volante, não recebo uma salva de palmas. Ora porquê?
Agradeço sempre a quem me deixar atravessar fora de uma passadeira. Abençoadas pessoas que param sem obrigação.
PS- Atenção: também não é legítimo “pastelar” na passadeira, só porque é passadeira e até nos apetece irritar o condutor. Com estas pessoas, vejo-me sair de mim, à laia de episódio de Ally Mcbeal e…pois.

CM

5 de setembro de 2012

Anti-tourada. Assumida.

Fantochada. Não me ocorre outro nome para aquela que alguns (demasiados ainda, infelizmente) chamam de arte. Eu tentaria respeitar a Tourada, não fosse estarmos a falar de uma actividade que se baseia em maltratar um Animal. Daqui não consigo passar, lamento. Podem usar os argumentos que quiserem, atirar com a palavra tradição as vezes que conseguirem. Vão tourear-se uns aos outros, e eu deixo de ser contra. Talvez até vá assistir, para dar umas valentes gargalhadas. Vão espetar as bandarilhas no lombo uns dos outros. Giro, não é?

A este propósito, dois episódios lamentáveis : o forcado que ficou paraplégico e o cavaleiro que decidiu "tourear" os manifestantes anti-tourada. Quantas situações deste género serão necessárias para que este "espectáculo" deprimente seja proibido? Não querem ir pelos Direitos dos animais? Então que pensem no Direito à Vida. Já estou por tudo. Os limites de velocidade, a obrigatoriedade do cinto de segurança, os avisos nos maços de tabaco e afins, têm o propósito de proteger a Vida. A própria e a alheia. Mas atirar-me para a frente de um animal que me pode matar, não só é permitido, como é apoiado por muitos que ditam as Leis? E pagam-se bilhetes para assistir a isto? Terceiro mundo.

Partilho aqui o texto que o Nuno Markl tão bem fez em partilhar. Desconheço a autoria, mas uma enorme salva de palmas para quem o escreveu :

"O único argumento legítimo e verdadeiro que têm [os aficionados], é o de a tourada ser um espectáculo legalizado e, como tal, terem todo o direito a   participar. Ponto final porque acabam aí os argumentos válidos. O sr. que fala em adrenalina ou no sangramento para alívio do touro obviamente não entende nada de biologia, de fisiologia ou de comportamento animal; percebe apenas da sua adrenalina quando assiste a espectáculos de violência. Essa dos sangramentos para alívio dos humores foi uma prática médica muito em voga na Idade Média mas abandonada posteriormente. 

O que está na base do movimento anti-touradas não é claramente uma questão de gostos. Os gostos não se discutem. O pior é quando os nossos gostos colidem com a vida ou a integridade física de outros. Gostar é diferente de amar ou respeitar. É por demais evidente que os pedófilos gostam de crianças; mas é uma maneira de gostar que passa pela exploração dos menores e pela negação dos seus direitos.

Os que vivem da indústria tauromáquica cuidam dos touros porque vivem da sua exploração; se eles não lhes trouxessem rendimento, duvido que tratassem deles em regime pro-bono. Mas fica o desafio: vamos ver quantos aficionados amam verdadeiramente a raça taurina e se dispõem a cuidar dos exemplares existentes quando acabarem as touradas. Como fazem, por exemplo, as associações de animais por este país fora, que abnegadamente se dedicam a cuidar de cães e gatos abandonados.

Outra falácia comum para fugir à discussão séria sobre ética é comparar a vida em liberdade que precede a tortura na arena à vida dos animais em criação intensiva. É claro que a criação intensiva é uma ignomínia, mas não invalida que as corridas de touros não constituam também uma ignomínia.  Aqui podemos cair na questão de comparar coisas parvas como campos de concentração, por exemplo: seria melhor acabar em Auschwitz ou em Treblinka? É melhor morrer à nascença ou aos 4 anos? Com uma facada no peito ou afogado? Tudo isto são questões absolutamente laterais e cujo único objectivo é desviar a atenção de uma pergunta muito simples: é eticamente aceitável criar um animal para o massacrar publicamente e ganhar dinheiro assim? Se respondermos sim, abrimos a porta para as lutas de cães, de galos, e até de indivíduos que, por grande carência financeira ou mesmo falta de neurónios, se disponham a entrar num recinto e participar numa luta de morte em jeito de espectáculo. Há quem goste de ver. E se vamos pela quantidade de público a assistir, nada batia os linchamentos públicos nos pelourinhos. Mas isso também acabou; houve uma altura em que passámos a considerar isso um espectáculo incorrecto e imoral.

Vi agora que ainda há mais uns pseudo-argumentos: comparar injecções ou vacinas com as bandarilhas. Parece uma brincadeira comparar uma agulha fina com o objectivo de tratar uma doença ou evitar outra - no caso das vacinas - com a introdução de 9cm em metal grosso, cujos 3cm finais são em forma de arpão para não sair e continuar a rasgar os músculos e os ligamentos durante a lide. Das duas, três: ou está a brincar, ou não usa o raciocínio ou quer enganar os outros.   Depois vem mais uma das bandeiras frequentemente agitadas: a da extinção do touro bravo. Como muitos dos que lutam contra a existência das touradas são pro-ambientalistas, este parece ser um argumento forte. Parece, mas obviamente não é. O que os ecologistas defendem é a não interferência nos ecossistemas porque há equilíbrios frágeis cuja totalidade das varáveis são   desconhecidas e as rupturas imprevisíveis. Não tem nada a ver com o touro bravo. A extinção do touro bravo teria o mesmo impacto ambiental que a extinção do caniche. Podemos lamentá-la, claro, por razões sentimentais,   mas não afectam em nada os ecossistemas. E se falamos de ambiente, as herdades onde se faz a criação extensiva de touros podiam dar lugar a montados de sobro e plantação de oliveiras. Temos um clima e um solo excelentes para a produção de azeite e cortiça e não somos autónomos na questão do azeite, o que nos traria ganhos financeiros e mais independência económica. Os toureiros, se quisessem reconverter-se, podiam ir para a apanha da azeitona com as suas calcinhas justas e a jaqueta de lantejoulas; não seria prático mas dava uma nota de cor aos campos nessa altura do ano."


CM